sábado, 22 de janeiro de 2011

The Clooney

Na esquina de casa há um restaurante italiano. O dono e chef é um italiano, vindo diretamente da Calabria, que tem um bigode de deixar um hipotético filho de Friedrich Nietzsche com Olívio Dutra no chinelo.
As comidas são preparadas na frente do freguês, com aquele bigode flutuando perigosamente acima das labaredas das bocas do fogão. Ele, confirmando o estereótipo, fala alto, muito alto, mexe os braços, é simpático, fica furioso por nada, passa cantadas nas mulheres. Enfim, tudo aquilo que os alemães pensam que um italiano deve ser.
O melhor de tudo é que, entre um prato de spaghetti carbonara e uma Pizza Fantasia ele sai à rua para um cigarro. Geralmente quando eu estou voltando para casa do "trabalho" (podem rir...) eu cruzo por ele e grito "Ciao". Ele geralmente responde com um "Salve" e continua pitando.
Como as leitoras podem imaginar, alguém que tenha um bigode desse tamanho não pode ser considerado um homem charmoso. Ele, em particular, nao o é. O bigode possui três cores que variam conforme a distância do fogão. Um dia ainda crio uma teoria sobre isso...
Dias atrás, com muita fome, ofereci meu tradicional cumprimento ao chef. Ele, com um sorriso e bastante entusiasmado, gritou Ciao, giovane!. Parei na hora e fiz um pedido ali mesmo, no meio da rua. Ele pitou mais uma vez, jogou a bituca na rua e entrou. Obviamente não lavou as mãos, coçou o bigode umas três vezes enquanto agarrava os ingredientes com a mão para preparar a minha pizza, gritou com a garçonete e, claro, deu uma piscadela pra loira que estava esperando a massa dela.
Tudo bem, tudo bom. Higiene não é algo que me preocupe muito.
Pronta a pizza, recebo a conta (impressionantes €5,80 por uma pizza grande). Pago, agradeço e caminho pra casa. Ao chegar em casa tenho uma pequena surpresa.
Na caixa há um desenho. Olhei, olhei e percebi que o pizzaiolo da caixa da pizza é a cara do George Clooney. Não resisti e desenhei um bigode condizente...
PS - O título é uma homenagem ao insuperável Howard Wolowitz.