quarta-feira, 23 de setembro de 2009

60 days later...

exatos sessenta dias fui submetido a um procedimento cirúrgico. O que eu tinha e o que foi retirado (opa!) pouco importa. Importa foi a dor que eu senti. Importa foi sentir esta dor sozinho. Aliás, sentir qualquer dor é muito ruim. Sentir dor sem ninguém conhecido por perto para ajudar é pior ainda. Há exatos sessenta e seis dias que não fazia qualquer forma de atividade física. Acrescente-se os seis dias que eu fiquei acamado, com a dor que levou, ao fim e ao cabo, a necessidade da cirurgia.
Hoje, portanto, é um dia feliz. Seguindo os conselhos médicos, esperei exatos sessenta dias a contar da cirurgia e, lesto, lépido e faceiro, fui dar uma caminhada. Comecei, como parece óbvio, muito devagar. Menos de meia hora no ritmo de um infante de menos de 1 metro. I didn't even break a sweat, como diria o bardo. "Pouco se me dá", conclui com Ruy na cabeça. A mera possibilidade de poder desempenhar atividades corriqueiras, como uma simples caminhada na beira do rio, já me deixa menos insatisfeito do que eu estava. Agora, é claro, só me resta torcer para que as minhas costas aguentem o tranco mais uns dois ou três anos, para que quando - e se - eu sentir dor novamente , já esteja de volta à pátria amada Brasil, tã, tã, tã, tããããã.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Aqui no povo é diferente e me falta o que eu lá tinha

Hoje, relendo o que eu escrevi ontem, lembrei de uma música que se adapta ao que passei antes de vir. Um Pito (Wilson Paim) Olha guri, reparas o que estás fazendo, depois que fores é difícil de voltar. Passei-te um pito e continuas remoendo teu sonho moço deste rancho abandonar. Olha guri, lá no povo é diferente, e certamente faltará o que tens aqui. Eu só te peço: não esqueças de tua gente, de vez em quando manda uma carta, guri. Se vais embora, por favor não te detenhas; segue em frente não olhes para trás e assim não vais ver a lágrima insistente que molha o rosto do teu velho, meu rapaz. Olha guri, pra tua mãe cabelos brancos e este velho que te fala sem gritar. Pesa teus planos, eu quero que sejas brando; se acaso fores pega o zaino para enfrenar. Olha guri, leva uns cobres de reserva; pega uma erva pra cevar teu chimarrão e leva um charque que é pra ver se tu conservas uma pontinha de amor por este chão.

domingo, 20 de setembro de 2009

Mas não basta pra ser livre

mais de uma década participei de um desfile de 20 de Setembro. Encilhei meu pingo, como se deve dizer, dei um gole na canha e fomos para o centro da cidade. Atravessei a avenida Brasil, ao som do, nascido e criado em Passo Fundo, Teixeirinha e do Canto Alegretense. Cumprimentei as autoridades e mandei acenos ao transeuntes. Tudo muito divertido, tudo muito bonito. Alguns meses depois daquele desfile virei, nas palavras do meu querido irmão, um guri de apartamento, criado no carpete. Nunca mais andei a cavalo e, por consequência, nunca mais fui tão chegado nas comemorações do 20 de Setembro. Há anos, também, que não tenho uma bombacha de verdade. Antes de vir, encontrei meu irmão (o mesmo ali de cima!) com uma bonita bombacha "uruguaia", sem tantos detalhes e não tão grande quanto a bombacha gaúcha (como a acima na foto). No mesmo momento, fui ao estabelecimento comercial e comprei uma igual. Hoje, Vinte de Setembro, vesti minha bombacha (pouco me importa se é uruguaia), cevei um mate e coloquei um disco do César Oliveira e Rogério Melo e me deliciei com o fato de ser gaúcho.
Trilha sonora do post: aqui, aqui, aqui e, claro, aqui.

Tentando...

...voltar ao ritmo normal.