sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

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Parece mentira, mas o Sueddeutsche publica matéria sobre um funcionário público que foi exonerado um função do seu mau cheiro. Está aqui. O arquiteto de 50 anos ainda estava em período probatório, mas, assim mesmo, foi demitido, segundo o ato oficial, em função “do descuido da aparência, o forte cheiro de suor e mãos sujas”.

Segundo o jornal, seus colegas fizeram um abaixo-assinado afirmando que o homem “nao fedia”. Nada obstante o mérito, ser demitido pelo cheiro é uma coisa que levaria, pelo menos no meu tempo de colégio, à demissão de um diretor que eu conheci. O sujeito fumava como uma chaminé e, pra piorar, gostava de uma branquinha.

Era batata: conversava em aula e era mandado para a direção pelas professoras. Às oito e quinze da manhã chegava eu na sala do diretor, ele já no 45° cigarro do dia e com aquele odor característico da canha.  

A conversa era sempre das mais agradáveis, por motivos óbvios, e com um sorriso no rosto, dizia ele: “Pedrinho, pode conversar, mas conversa baixinho”. E lá ia ele acender outro cigarro no que estava quase chegando ao filtro. O diretor foi, após algum tempo, substituído e, ao que tudo indica, hoje já não está mais entre nós. De qualquer forma, se houvesse os rígidos critérios da prefeitura de Colônia à época, garanto que ele seria demitido no segundo, terceiro dia de trabalho.

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