sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Gengiva e Totalidade

Na faculdade, durante aquelas importantes discussões, um colega dizia que o direito lidava com a "vida do ser humano, velho, por completo", que regulava todas as açoes, em "todos os aspectos da existência humana, brother". Mesmo discordando terminantemente dele, acabávamos, por culpa dele, em uma comparação esdrúxula. Segundo ele, a vida de um “dentista, cara!” se resumia a tratar da "boca, dentes, gengivas e língua”, enquanto o jurista (sim, naquele época todos nós éramos juristas) “lidava com a totalidade do homem em sociedade, meu!”.  

Continuo a discordar dele. Com todas as minhas forças. Aliás, pensando bem, em determinados aspectos o dentista lida com coisas mais amplas do que o jurista. Muito mais amplas. Além disso, acredito que há áreas em que o direito não se mete e deve continuar não se metendo. Aqui inclui-se a escolha do dentista. Mas nem todo mundo pensa assim:  

“O que não se estranhará: o sentido e o destino da filosofia do direito acaba sempre por ser o sentido e o destino de todas as filosofias.”  

Recém comecei a ler esse livro e já estou começando a ficar com inveja dos dentistas e das gengivas que tanto os preocupam...  

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