terça-feira, 21 de abril de 2009

Ô, Portuga!

Continuando nas citações... Essa é do João Pereira Coutinho e vale a risada:
OS LÍDERES PARLAMENTARES, em gesto de intocável beleza moral, resolveram nunca mais usar a palavra ‘autista’ para se sovarem na Assembleia. O ‘autismo’ é uma doença séria e o uso da palavra é um insulto para os ‘autistas’ e respectivas famílias. Nada a opor. O problema é que os delírios do pensamento politicamente correcto, quando começam, nunca mais acabam. E não se percebe como vão agir os nossos tribunos sempre que, no calor do debate, pretendam rebater intervenções ‘histéricas’, leis ‘cegas’ ou medidas governamentais ‘sem pernas para andar’. Eu, em nome da higiene verbal, evitava qualquer metáfora. E, em homenagem aos surdos-mudos, aconselhava os senhores deputados a trocarem a linguarem oral pela gestual, desde que isso não seja ofensivo para os manetas.

Um comentário:

moçoila disse...

"As duas situações não habitam o mesmo plano moral. Traficar ou escravizar alguém é um crime contra a liberdade de terceiros. Vender o corpo para fins sexuais pode ser uma degradação da condição humana do sujeito --ou, para usar a linguagem kantiana, uma forma de sermos tratados como um meio, não como um fim.

Mas essa decisão, moralmente condenável, não constitui uma ameaça para ninguém. A minha vida e mesmo a minha liberdade não estão ameaçadas se a vizinha do lado gosta de receber cavalheiros ao serão"

Tu andou escrevendo ao português ou nossas conclusões é que são óbvias?

Dizem por aí que gênio é aquele que vê o óbvio.