segunda-feira, 18 de maio de 2009

A melhor

Hoje o professor de direito constitucional devolveu o trabalho de férias dos alunos. Gritos, sorrisos, brigas e todo tipo de comentários entre os mais de 300 alunos da disciplina. Funciona assim: depois de cada semestre é fornecido um problema sobre o qual os alunos devem escrever um trabalho. É uma distração durante as férias para os que não querem fazer nada e, claro, uma trabalheira do cão para aqueles que querem escrever algo com qualidade. A primeira coisa que o professor fez foi ler o nome das três primeiras colocadas (as mulheres dando um banho no sexo forte). Além de elas explicarem para o resto dos 300 aluno(a)s como resolveram o problema, ainda foram presenteadas com livros muito bons e bastante caros. A que escreveu o melhor trabalho disse que passou as férias inteiras estudando e escrevendo o trabalho. Simples assim. Uma cadeira, uma mesa, uma luminária e os livros. As outras duas disseram que tiraram apenas uma semana de férias. Tudo para riso dos demais que as consideraram as maiores "perdedoras" em oposição, claro, a eles, os "legais". Em suma: premiou-se o mérito. Simples assim. Meritocracia no seu estado puro. Infelizmente não consigo vislumbrar isso no nosso cenário universitário. Na nossa sanha igualitária, de não distinguir o bom do ruim, do dedicado do preguiçoso, esquecemos que alguns são mais aptos. Alguns são, simplesmente, melhores e mais inteligentes. Mais capazes e mais bonitos. Mais dedicados e apegados. E isso não pode aparecer, sob pena de estar-se agindo contra o "princípio da igualdade". O problema é que é uma falácia que a igualdade mande tratar todos igualmente. O que ela realmente manda é tratar a todos igualmente, desde que o critério de tratamento e comparação seja o mesmo. Estudantes que tenham a sua disposição os mesmos livros e a mesma quantidade de tempo devem, necessariamente, ser comparados. Os melhores e/ou mais dedicados devem ser distinguidos dos demais. A meritocracia pode parecer injusta. Não é. Havendo condições em igualdade(*) não premiar o mérito constitui a verdadeira injustiça. (*)Claro que a definição de 'igualdade de condições' é muito mais complexa num país como o Brasil. Por aqui o nível médio é que todos dentro de uma universidade tenham condições semelhantes.

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