segunda-feira, 12 de março de 2012

É pouco.


Um pequeno comentário apenas. 
Há algumas semanas tem se discutido a necessidade e adequação de magistrados terem direito a 60 dias de férias, mais licença-prêmio remunerada a cada cinco anos. Trata-se de situação não encontrada em outras áreas e que, segundo muitos, não se justifica, uma vez que magistrados são trabalhadores como quaisquer outros. Nunca pensei longamente sobre o assunto, mas tendo a achar que se trata de um privilégio injustificável, mas que a nossa formação histórica explica. Repito: explica, mas não justifica.
Recordei essa discussão a propósito do referendo suíço sobre o aumento das férias das atuais quatro para seis semanas. A população (vox populi vox dei?) votou contra. Lá, como se pode ver, o pessoal gosta mesmo é de trabalhar. 
Fico cá me perguntando qual seria o resultado de um referendo semelhante na terra do carnaval. Adianto meu voto: eu sou a favor. E vou além. Seis semanas de descanso remunerado por ano é pouco para qualquer trabalhador. Desde o mais singelo recolhedor de fragmentos usados (gari e lixeiro) ao mais dedicado físico teórico, passando por magistrados e manicures. Defendo, portanto, dois meses para todos. Começo a campanha, já esperando adesões aos milhões:


 Referendo por 60 dias de férias JÁ!
Seis semanas disso? É pouco. 

Uma curiosidade: neste referendo os moradores de Zurique aprovaram uma resolução que determina a remoção das casas de prostituição dos bairros residenciais e a construção de uma área própria para essa atividade, que na Suíça é legalizada e regulamentada. Aos meus amigos suíços já esrevi sugerindo o nome da rua onde colocarão todas as casas de tolerância. Sim, é relacionado a um evento histórico que nós, gaúchos, nos orgulhamos muito. Faz sentido, não?