segunda-feira, 23 de março de 2009

Knocking on Heaven's Walls

No final do filme The Truman Show Jim Carrey descobre que vivia numa fantasia e consegue fugir daquele colossal big brother. A cena dele batendo no céu representa muito. Infelizmente para Jade Goody o final não teve fuga num pequeno barco e, muito menos, encontro no céu cenográfico. O encontro dela foi no céu de verdade (para os otimistas!).
Sempre acreditei que a morte fosse o mais privado dos acontecimentos. A despedida deve - necessariamente - pertencer aos próximos do falecido. Morrer em público retira, acredito, a humanidade do morto e diminui o sofrimento dos entes próximos. Lembre-se do Admirável Mundo Novo, de A. Huxley, onde as crianças são levadas para ver velhos moribundos para se acostumar com a morte. Supremo erro é, agora sim, ganhar dinheiro com o sofrimento e com a morte. Como já escrevi aqui, acredito na liberdade. Piamente! Mas, claro, a liberdade implica responsabilidade, numa relação diretamente proporcional. Quanto mais liberdade, tanto maior a responsabilidade. Usar a tragédia do câncer - e as funestíssimas consequências advindas do tratamento - para "aumentar a conta bancária" dos filhos é usar a liberdade sem responsabilidade. É abusar da liberdade. Sugiro que daqui a quinze anos se pergunte aos filhos da senhorita se eles não preferiam ter tido uma infância menos abastada, mas sem a super-exposição da mãe enferma. A resposta deve ser a que eu e você estamos imaginando. Ela se foi. Seus filhos ficarão bem?! Financeiramente é uma obviedade. As consequências emocionais virão; algum dia. Torçamos para que as crianças sejam fortes. A nós somente resta esperar que o isso não mais se repita e, acima de tudo, que consigamos parar de comer lixo... In case I don't see ya, good afternoon, good evening and good night!

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